quinta-feira, 28 de abril de 2022

descreve a ilha de itaparica com sua aprazível feritilidade - gregório de matos

 


DESCREVE A ILHA DE ITAPARICA COM SUA APRAZÍVEL FERTILIDADE, LOUVA DE CAMINHO O CAPITÃO LUÍS CARNEIRO,HOMEM HONRADO E LIBERAL, EM CUJA CASA SE HOSPEDOU

Ilha de Itaparica, alvas areias, Alegres praias, frescas, deleitosas, Ricos polvos, lagostas deliciosas, Farta de Putas, rica de baleias. As Putas, tais ou quais, não são más preias, Pícaras, ledas, brandas, carinhosas, Para o jantar as carnes saborosas, O pescado excelente para as ceias. O melão de ouro, a fresca melancia, Que vem no tempo, em que aos mortais abrasa O sol inquisidor de tanto oiteiro. A costa, que o imita na ardentia, E sobretudo a rica e nobre casa Do nosso Capitão Luís Carneiro.

Gregório de Matos - séc 17 - Poemas escolhidos, Cultrix

notas --  "pícaras" - ardilosas, astutas 
                  "preias"  -  presas
                  "ardentia" - calor intenso
                  "oiteiro" - pequeno morro com vegetação

. . . . . . . . . . . . . . . . .

poeta lista as características aprazíveis da praia de itaparica e, nela estão elementos de culinária, assim como pessoas. tratamento dado às mulheres é o pior possível. no século 17 era aceitável. na descrição dos prazeres, o termo "carnes", na segunda estrofe, ganha conotação dúbia: pode ser o pescado, pode ser gente. nessa linha, "melão" e "melancia" tornam-se metáforas de de partes do corpo das mulhres. tudo isso torna a úlitma estrofe bem sarcástica, uma vez que o dono dessa farra toda é o "nobre" e "nosso" capitão luís.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

depressão é um tipo de fracasso

 

 [ moon & ba ]

diagnosticado desde 2013 com essa tal circunstância, que atinge principalmente quem está vivo, a depressão fez estrago, por aqui.
remédios existem, mas são paliativos, geralmente. 
terapia, acupuntura, abraço na árvore, óleos essenciais, poesia de manoel de barros, café descafeinado, massagem, poemas de fernando pessoa, gol da ponte preta, estar com quem se ama, emagrecer pra entrar nas roupas, meu tempero para carnes, muita coisa fiz. muita coisa legal, mesmo. mas a solidão... a sensação de solidão ainda é o polvo de mil tentáculos. mil ou cem mil. pra quem tem depressão, qualquer avanço, qualquer momento sem ansiedade é uma nova galáxia. qualquer momento em que algo faça sentido é a saída do inferno. pra quem não tem depressão, os avanços do outro são sempre uma tentativa, um passo, um "continue assim" ou "não esqueça os remédios!"
a terapia tem sido a parte boa, confesso. culpada pelo nascimento de "abolição via vargas" (veja o vídeo no final), as sessões me dão condição de ver as desgraças da gente organizadas. permitem que se manuseie a merda feita, as agruras do passado, dá até pra dar nome aos crimes. algo como aquelas luvas de usar na cozinha, pra pegar assadeira. a gente consegue, nas sessões, a longo prazo, mexer em tudo quase sem perigo. se ficar muito tempo segurando queima.  
oscilações de humor geralmente irritam quem está perto. eu sei. 
mas um dia chego. um dia. ou noite.

. . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   .

um dos remédios legais contra depressão, foi esse evento, em março de 2022, com aval do parceiro ricardo aranha, da eptv



sábado, 16 de abril de 2022

emília é a mais famosa das mulheres daqui

 

arrisco dizer que emília (boneca de pano de saco) era mais famosa que iracema, bem mais famosa que capitu ou qualquer outra, desde carmen miranda, rita lee, gisele, elza ou anitta...
na literatura brasileira, lindoia ("uraguay") e marília (aquela mesma, de ouro preto) despontam como musas, mulheres feitas para adoração, contemplação... mas a vida melhora com rita baiana (do "cortiço"), depois capitu e a recosturada emília é cereja no bolo da desfaçatez e diversão. uma cria de "frankenstein" -- à moda tupiniquim --, a boneca tem como trunfo a pílula falante. podia ter a calante, mas isso é outra história.
há mais mulheres na minha estante, vejo daqui... luísa (primo basílio) -- que é sem sal, mas deixa a gente curioso; ci ("macunaíma"), helena ("três mulheres..."), paulo emílio); rami ("niketche"); farida ("terra sonâmbula") ou mesmo aquela de "a maçã no escuro" (clarice). onde quero chegar ? não sei. mulher é mistério.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

as árvores - olavo bilac - soneto comentado

 


   AS ÁRVORES

  Na celagem vermelha, que se banha
  Da rutilante imolação do dia,
  As árvores, ao longe, na montanha,
  Retorcem-se espectrais à ventania. 

  Árvores negras, que visão estranha
  Vos aterra? que horror vos arrepia?
  Que pesadelo os troncos vos assanha,
  Descabelando a vossa ramaria? 

  Tendes alma também... Amais o seio
  Da terra; mas sonhais, como sonhamos,
  Bracejais, como nós, no mesmo anseio... 

  Infelizes, no píncaro do monte,
  (Ah! não ter asas!...) estendeis os ramos
  À esperança e ao mistério do horizonte...

    [ Olavo Bilac - Tarde, 1919 ]

    notas
  celagem - aspecto do céu ao fim do dia ou no começo
  espectrais - fantasmagóricas
  bracejais - mexer, agitar galhos

. . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   .

soneto do livro "tarde", traz descrição de um dia de ventania no crepúsculo. os galhos se mexendo lembrariam pessoas querendo se libertar de uma prisão, sair do chão. 
longe de ser filosófico, o livro de bilac, vez ou outra, mostra lampejos de  reflexão, como aqui: a contradição latente, numa árvore (querer voar), seria similar ao que ocorre com o ser humano, ou seja, vivendo preso à terra, sonha ter asas. tanto humanos como árvores, sabidamente, não voam, mas sofrem, querendo mais aventura e liberdade.
fica a pergunta: para mais liberdade é preciso mesmo asas?
. . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .   .   .

saiba mais sobre bilac !



terça-feira, 5 de abril de 2022

charlie brown e a resenha de "guerra e paz"

 


vi "peanuts movie" - snoopy e charlie brown -, de 2015. 
longa metragem de quase 80 minutos.

charlie brown vê a nova garota da sala de aula, por sinal, sua recém-chegada vizinha, e se apaixona. contudo, o garoto morre de vergonha de se aproximar dela. hesita várias vezes. desastrado, não consegue soltar pipa, muito menos é bom aluno. vive desacreditando de si próprio. 
é snoopy quem poderá ajudá-lo -- ou não -- a ser reconhecido por ela.
o drama nem é profundo, coisas do mundo infantil. mas ver uma figurinha que desabafa com seu cão sobre seus fracassos e medos é algo bem comovente.
numa certa altura, diz ele que um cão não julga, simplesmente ama. 
ponto alto da história é a decisão que charlie toma diante da necessidade de se mostrar bom aluno e resolve fazer resenha de "guerra e paz", do tolstoi. é comovente tudo. e hilário.
charlie brown precisa ser reconhecido por si mesmo, daí poder fazer algum movimento de conquista. não precisa ser melhor que ninguém.


quinta-feira, 31 de março de 2022

"red" é mais do que um painel de conflitos na puberdade

 


"turning red"
é o título original desta animação da disney. 
logo, "ficando vermelha" seria tradução mais razoável do que "crescer é uma fera", como se vê na versão em português. uma pena essa má escolha da tradução. o desenho não é sobre puberdade e crescimento, apenas. a personagem "mei" tem 13 anos, vive em toronto, canadá, é menina urbana, mimada pela mãe. de dentro dela, quando há emoções fortes, sai um panda vermelho. isso mesmo: o panda aparece quando ela está à beira do descontrole. a menina se transforma fisicamente no bicho. 
a questão conflitante é: fazer parte de um ritual ancestral -- via familares da garota -- e acabar com o panda que vive nela ou conviver com o animal dentro de si. "meu panda, minhas regras", diz a menina, numa certa altura do filme. não vou contar o que acontece, mas, assim como "luca" -- outra produção disney -- muitos de nós temos dificuldade em mostrar à sociedade quem realmente somos, assim como os nossos dilemas. mais do que filme sobre aceitação, "turning red" trata da necessidade de não escondermos nossos medos, nossas fraquezas. nunca.

segunda-feira, 28 de março de 2022

quando a morte etc

 

                                                            [ moon & ba ]

a idade chega e a gente acaba pensando o que é morrer de fato; o que é esse fim, quando vai ser, essas coisas. acho que sempre pensei na morte, mas, ultimamente, com mais regularidade. é da vida pensar na morte, então acostuma-se. deve ser a idade. 

tenho pesadelos que passam por isso, essa coisa de achar que vai morrer. tenho pesadelos, desde que me conheço por gente, acordo ofegante. me foi sugerido que talvez sofresse de apneia. é possível. já sofro de tanta coisa, mais uma não faz diferença.
talvez devesse buscar solução específica. eufemismo. isso mesmo, "solução específica" é um eufemismo pra "fim". se não sabe o que é "eufemismo", mexa-se, não vou explicar agora.
aliás, me mexi, nesses últimos anos, buscando alguma harmonia física e mental, mas às vezes acho que serviu foi pra nada. 
deve ser a idade. deve ser a morte mesmo.

quinta-feira, 24 de março de 2022

gil vicente, tragédia grega e o racismo

 


esta semana, conversei com alunos e alunas do curso pré-vestibular sobre gil vicente, dramaturgo português, lá do século 16.
num determinado momento, chegamos a "auto da barca do inferno", peça popular, teatro de rua dos mais famosos em língua portugesa. nessa peça, pessoas que morrem, acabam na frente de duas barcas: uma que vai pro céu, outra para o inferno. comandadas pelo anjo e pelo diabo, respectivamente. um dos personagens que chega é o judeu. ele carrega uma cabra consigo. 
pausa: na grécia antiga, o termo "tragédia" pode ter se originado da expressão "canção do bode". ele seria sacrificado em honra a dioniso -- assim mesmo, sem o "i" -- dioniso. o que isso significa? após a invasão romana sobre região grega, encontramos a captura desse item da tragédia pelo cristianismo. desta forma, de modo bem maniqueísta, temos a figura do mal -- para os cristãos -- centrada no demônio, cuja representação é um bode. até hoje.
voltando a vicente, século 16.
o judeu é caracterizado como figura desprezível, à medida que carrega consigo o tal bode, símbolo do mal para os cristãos. resultado: o anjo não o recebe, sequer responde os apelos do judeu. e o diabo não quer levá-lo em sua barca! no fim das contas, o diabo acaba tendo pena do judeu e o leva ao inferno, numa prancha atada ao barco, porque, no limite, ele nem poderia entrar na embarcação.
daí, na aula, pensamos sobre racismo, sobre intolerância. ficamos ainda pasmados com tanto caso de violência sobre o outro simplesmente porque esse "outro" é diferente da gente na cor da pele, no modo como se conecta a seus deuses, na maneira como se veste ou como se comporta sexualmente. é bem doloroso. 
a escola é sim um lugar de debate sobre esse tema tão caro a história das nossas gentes. mas não só de escola vive o ser humano. é preciso denunciar casos de intolerância; educar nossas crianças e, aí, sim, na sala de aula, debater com estudantes de qualquer idade essa questão das diferenças. dá pra usar a literatura, a arte plástica, o cinema, a ciência, até o próprio pensamento dá pra usar. e denunciar sem medo casos de racismo. não ficar neutro. só detergente é neutro. você não.

domingo, 20 de março de 2022

repórter do século: homenagem da globo a josé hamilton comove até pedra

 


conheci josé hamilton ribeiro entre 1978 e 79. ele estava em forma de papel. era um livro: "pantanal amor baguá" que ele escrevera e eu precisava ler para prova de português, lá na sétima ou oitava série. adorei o livro.
tempos depois, ainda século 20, na espera das corridas de fórmula 1, ligava a rede globo e via boa parte do "globo rural". era ele. numa canoa, numa trilha, de balão, no meio de milharal, atrás de arbusto, em cima de cavalo, simulando caça de onça, explicando procedimentos de plantio e colheita, sempre com um texto sóbrio, expondo várias frentes, dentro do tema específico do programa. josé hamilton revelava, em suas reportagens, lado social do tema que tratava, o lado da natureza, as questões econômicas e sempre com algum humor.

hoje, não só a rede globo aberta passou especial sobre a carreira do repórter-escritor, como o canal globonews. se você tem o aplicativo globoplay, acesse. é uma aula de jornalismo o que se vê no panorama de trabalho de josé hamilton, atualmente, morando em uberaba, em sua fazenda. 

idade, agora: 86.
tempo de jornalismo: 66 com carteira assinada. 
foi premiado de todo jeito, no brasil e lá fora.
uma figura especial. repórter do século. de uma vida toda. aplausos.

domingo, 13 de março de 2022

ninguém viverá nossa dor

 


                                                                           [ laerte ]

ninguém viverá nossa dor. 
ninguém.

difícil essa constatação.  mas é real.
achar motivação para continuar combatendo os males não só da idade que avança, mas do contexto social do brasil de hoje é árduo. parece que o fim não vai chegar com alguma tranquilidade.
violência contra natureza, contra muher, o racismo, a homofobia, os negacionistas antivacina... é muita tristeza!
depressão, pré-diabetes, pressão alta, iminência de catarata, ansiedade e fã da ponte preta são alguns motivos para dormir mal quase sempre.
durante um tempo achei que poderia ter algum acolhimento, poderia ter reconhecimento por esse ou aquele avanço em algum setor da vida, mas é ilusão. cada um tem sua via ápia pra seguir. cada um tem seu amazonas por remar. daí sobra qual tempo ou vontade pra acolher o outro?... 
ninguém viverá nossa dor.
saber disso não ajuda meu estado, mas deixa claro o que esperar do dia seguinte.


terça-feira, 8 de março de 2022

8 de março é dia de...

 

hoje foi meu primeiro dia, na sala do curso pré-vestibular. teria sido semana passada, mas foi feriado.

é o início do curso de literatura. revisão de tudo, foco nos vestibulares do fim do ano. nada de novo aí.
mas calhou de ser no dia 8 de março a aula. então, abri minha caixa de ferramentas, peguei uma das mais pesadas -- o aborto -- e fui com ela pra sala. mostrei poemas de camões, drummond, até bilac. tirinha do calvin também foi. caminho parecia seguro mesmo.

quando mostrei a letra da iza, "dona de mim", já senti que seria um dia bom. a letra é de resistência, é de protesto e bem combina com esse momento em que a violência contra mulheres continua. foi ótimo ler os versos da cantora e compositora. "eu que fiquei quieta, agora vou falar" (iza).

em seguida, coloquei uns títulos na tela que envolvem a questão da violência contra mulher. primeiro: "semana de arte moderna 1922" -- que remete à exposição de anita malfatti, cinco anos antes e a crítica feroz do lobato. crítica que não seria a mesma se fosse a um homem. etc... etc.. . segundo: "angústia", do graciliano (1936). lá o tema "aborto" é escancarado. num brasil patriarcal movido a fundamentalismo pseudo-religioso, só pode dar nisso: aborto, aqui, é proibido. vai vendo. é proibido porque a masculinidade tóxica e retrô decide sobre o corpo da mulher. e, na aula, disse que o corpo da mulher é da mulher mesmo. a decisão é dela. insisti com os estudantes para que me dissessem o que pensavam do que eu estava mostrando, falando. olhem, fui acolhido, principalmente pelas mulheres, ali. algumas agradeceram por ser uma figura masculina a tocar no assunto tão delicado e do onde muitos outros homens fogem. eu quero poder fazer alguma coisa. dar voz, pelo menos. levantar o assunto, na sala de aula. fiquei comovido, cara de palerma, ainda bem que tava de máscara. mas continuo comovido. e você, professor, professora... até quando vai se calar?

segunda-feira, 7 de março de 2022

autor de abolição via vargas entrevistado na tv - campinas

                                           

sim, eu mesmo! carlos h carneiro

meu romance "abolição via vargas" ganhou pauta na eptv-campinas, neste março 2022

veja como foi no vídeo abaixo
[ na descrição dele, saiba como comprar ]




domingo, 27 de fevereiro de 2022

para salvar povo brasileiro


   SALVAR DA INDIGÊNCIA CULTURAL

- - livros de história
- - livros de literatura
- - livros de ciência
- - orientação sexual
- - combater violência de qualquer ordem

  CONTRA IGNORÂNCIA E NEGACIONISMO

- - escolas estruturadas
- - professor(a) assistido(a)
- - comunidade integrada à escola
- - interpretação de texto
- - cesta básica
- - povo vacinado e esclarecido

- - eleger quem apoia tudo isso - -

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

aula de literatura -- ensino médio -- professor oferece revisão grátis

 


aulas de revisão de história da literatura.
para ensino médio e pré-vestibulandos.

por quê ?  - -  alcançar quem precisa; atingir quem tem dificuldade para estudar, seguir em seu curso

quando ?  -- agora ! a primeira aula já saiu! inscreva-se no canal! 

veja como é! clica no vídeo abaixo

[ tem pergunta pra você responder, na descrição, depois de asssitir ]



sábado, 19 de fevereiro de 2022

dinheiro ou remédio: escolha fácil

 

                                            [ tem uma líbélula aqui -- foto do autor ]

saúde dá sinais de melhora... a endocrinologista receitou um losartana e vou eu ladeira abaixo com a pressão que já esteve a 16 por 10... espero dormir melhor, pelo menos.

ponte preta perdendo no torneio mequetrefe da federação paulista. perdendo pela terceira vez seguida. único regozijo é saber que o tal pê-esse-gê com tanta gente de cofre cheio tomou três hoje. perdeu pro nantes. e o ex-quase-sempre-contundido ney perdeu pênalti.  outro dia foi o grêmio gaúcho que tomou três do modestíssimo frederiquense. que fase das elites do futebol. dinheiro não é tudo, já dizia o filósofo.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

navegar é preciso -- saga de uma saudade de pedra

 

                                                                                                  [ laerte ]

"viver é muito perigoso", já escreveu guimarães rosa. nem precisava. 

é perigoso sim porque a gente depende do rebote do outro, quase sempre. e quase sempre a gente vive em função do que o outro diz sobre nós. quando falo "outro" me refiro à sociedade como todo e àquele grupo determinado que nos cerca.

tenho depressão. fora isso, desde 2018, quando diagnosticado com câncer de próstata, venho buscando recuperar alguma autoestima. o tumor foi extirpado, estou vivo sim. mas tem essa busca por me restaurar. não é fácil. já a depressão... tento controlar... descobri que não posso exigir que qualquer outra pessoa viva minha dor, é fato. mas por vezes me pego tendo de explicar o que tenho -- depressão -- e isso vem cansando. 
remédios há, terapia idem, são circunstâncias importantíssimas. a questão é o que a gente faz com isso. 
tenho conseguido, acho, manter-me dentro das expectativas baixas. sem muito foguetório, sem poeira. até parei de engordar. na verdade, emagreci uns dois quilos, desde dezembro, até aqui, meio de fevereiro. ando querendo diminuir ansiedades, isso é verdade. 
preciso acreditar menos que preciso autorização pra viver.
mas a pressão está alta (15 por 9). preciso exercício, dizem... antes do câncer até havia, mas depois, a sequela é bem essa: faltam ações que uma esteira só não cobre. que fase.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

abolição via vargas - romance

 

continuo a saga para divulgar meu livro, lançado em dezembro 2021

romance histórico, narrado quase todo o tempo em primeira pessoa. campinas, são paulo. a rua direita é personagem central da narrativa.

gente como santos dumont (o que voa); carlos gomes (o que rege); hercule florence (o que cria); miguel do carmo (o que joga) e bierrenbach (o que fala) fazem parte da trama. ela conta ainda com presidente washington luís, a iara, luiza xavaier de andrade, inês de castro, dentre outros.
aproveita!

clica para comprar ! agora

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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

semana de arte moderna: cem anos 1922-2022

 

                                                [lustre original - instalado em 1911]

a construção do teatro muncipal de são paulo demorou cerca de seis anos, mais ou menos, para ser terminada. uma estrutura de estilos diferentes, contendo art nouveau e o neoclássico, pelo menos. sua inauguração foi em 1911.
di cavalcanti, mario de andrade, villa lobos, oswald de andrade, renê thiollier, anita malfatti, brecheret, ronald de carvalho, graça aranha, dentre outros, são os artistas dessa história marcante para nossa sociedade.
patrono do espaço é mesmo carlos gomes, maestro nascido em campinas, s paulo.
na praça ramos de azevedo, ao lado do prédio, há estátua dele. e, dentro do teatro, sobre o palco, também sua efígie está impressa, como se vê na imagem aqui.


                                    [ teatro municipal - são paulo ]

 saiba mais sobre o evento!

                           



sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

já é fevereiro de 2022 - combater o negacionismo

 

os casos de ômicron, gripe influenza e outras doenças respiratórias estão aumentando. negacionistas são -- em boa parte -- responsáveis por essas contaminações. 
dados do governo do estado e da imprensa, em são paulo, dão conta de que a maioria das internações -- janeiro e fevereiro, 2022 -- é causada por falta de vacina ou, no mínimo, imunização com uma dose apenas. é o horror da ignorância e a falta de políticas claras quanto a frequência de não-vacinados em determinados locais. 
combater o negacionismo é urgente! 
divulgue campanhas de vacinação e oriente crianças, principalmente em escolas. vacinação salva vidas. quem não toma está ficando doente e morrendo. pior: contamina outros.

- USAR MÁSCARA (corretamente - cobrir nariz ao queixo)
- HIGIENIZAR AS MÃOS
- NÃO AGLOMERAR
- ÁLCOOL 70
- VACINAÇÃO

no estado de são paulo haverá fiscalização quanto a vacinados em escolas públicas, já neste semestre. escolas exigirão comprovante de vacinação, neste ano. é pouco, mas importante. é preciso dar respaldo a empresas em geral (restaurantes, escolas, casas de eventos, lojas, hotéis etc) para que possam não receber pessoas sem vacina.
as mortes estão aumentando neste início de 2022.
infelizmente, era previsto. 

 PRECISAMOS AGIR: VALORIZAR CIÊNCIA E A EDUCAÇÃO!


terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

nota social - carlos drummond

 


NOTA SOCIAL

O poeta chega na estação.
O poeta desembarca.
O poeta toma um auto.
O poeta vai para o hotel.
E enquanto ele faz isso
como qualquer homem da terra,
uma ovação o persegue
feito vaia.
Bandeirolas
abrem alas.
Bandas de música. Foguetes.
Discursos. Povo de chapéu de palha.
Máquinas fotográficas assestadas.
Automóveis imóveis.
Bravos…
O poeta está melancólico.
Numa árvore do passeio público
(melhoramento da atual administração)
árvore gorda, prisioneira
de anúncios coloridos,
árvore banal, árvore que ninguém vê
canta uma cigarra.
Canta uma cigarra que ninguém ouve
um hino que ninguém aplaude.
Canta, no sol danado.
O poeta entra no elevador
o poeta sobe
o poeta fecha-se no quarto.
O poeta está melancólico.

    [ drummond, alguma poesia, 1930 ]
. . . . . . . .  .  .  .  .  .  .   .

* "assestadas" - - apontadas
. . . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .

"nota social" faz referência a uma parte do jornal dedicada a personalidades tidas como importantes, na cidade, algo muito comum no século 20

aqui, no poema, o eu lírico expõe que não há espaço para suavidades. 
a árvore e a cigarra são desprezadas pelo progresso (anúncios). no cotidiano, há os automóveis, barulho de câmeras fotográficas. o poeta está melancólico. mesmo a agitação das pessoas com sua chegada parece vaia, ou seja, quem exercita o simples, a subjetividade, a poesia, não teria espaço.
o mundo está agitado. lembre-se: a obra foi feita no final dos anos 1920 e publicada em 1930. a melancolia do poeta se deve às crises, tanto na política brasileira, como nas consequências do "crack" da bolsa de nova iorque, em 1929.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

educação sempre liberta -- principalmente na escola

 

                                                   [ imagem clichê pra atrair mais gente ]

não existem duendes que atacarão seu pudim de leite, assim como inexistem fórmulas mágicas para melhorar a vida de estudantes, em sala ou fora dela. quando a questão é deficiência de aprendizado, muito se lê sobre desatenção, timidez ou livros com poucas figuras. pode ser, pode não ser. e a avaliação, como vai? e a relação professor(a)-estudante existe?
numa viagem sem planejamento, todo motorista é cego. 
cego ou aventureiro. 
penso assim: 
reuniões entre áreas; canal aberto, direto entre professores e direção, entre professores e coordenadores de nível (médio/ fundamental). existir avaliação de todo corpo docente e direção.
toda a comunidade precisa estar ciente das metas e objetivos das aulas de cada matéria. quando tudo se expõe, no início do ano, todos ganham. dar voz ao aluno é básico. não há quem suporte meia dúzia de aulas apenas anotando e ouvindo. o professor deve interagir com sua sala, transmitindo um mínimo de segurança, baseando seus conceitos na ciência e na cidadania. tratar de temas como ética, gênero, democracia e saúde é dever de todos.
não deve haver prato proibido no restaurante da educação.

sábado, 15 de janeiro de 2022

ensaio da visão: bandeira, magritte e saramago

                            

                                                [ the lovers - magritte ]

falei com meus alunos a respeito de "ensaio sobre a cegueira", saramago. gosto do livro, feito no final do século 20, traz visão sombria do desconhecimento que cada um tem de si mesmo.  lembro duas coisas singelas e pesadas, nessa história de arte e organismos. "the lovers", renne magritte e "a virgem maria", manuel bandeira.

embora magritte tenha falecido em 1967 e bandeira no ano seguinte, são estradas marcantes do olhar preso.
a tela do belga é aparentemente simples, um casal com os rostos cobertos por pano branco. nos versos do pernambucano, a cobertura é outra...

o poema é assim:

A VIRGEM MARIA

O oficial do registro civil, o coletor de impostos o mordomo     
        [da Santa Casa e o administrador do cemitério de S João Batista
Cavaram com enxadas
Com pás
Com as unhas
Com os dentes
Cavaram uma cova mais funda que o meu suspiro de renúncia
Depois me botaram lá dentro
E puseram por cima
As Tábuas da Lei
Mas de lá de dentro do fundo da treva do chão da cova
Eu ouvia a vozinha da Virgem Maria
Dizer que fazia sol lá fora
Dizer insistentemente
Que fazia sol lá fo
ra.

[ M Bandeira ]

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

maçã na mesa de professor não mata fome de verdade

 


maçã, na mesa do professor é imagem gasta mas infelizmente duradoura, na rotina iconográfica das escolas.
maçã caiu na cabeça de newton, dizem os românticos. pura lenda.
pouca gente acredita nisso. isaac tinha mais o que fazer do que ficar debaixo de um tufo de folhas, comido por formigas, alvo de uma maçã, provavelmente podre, em sua testa glabra. claro que vou lembrar o "gênesis", da bíblia, a quem a maçã é símbolo de pecado, prazer e sabedoria. mas isso é outra conversa.
o que é um professor? o emissor de conhecimentos? pessoa que garante a disciplina da sala? o chato que não dá nota boa? há muito desrespeito com educadores, sim senhor!

nas escolas é preciso fazer provocação sim, fazer perguntas sobre a vida cotidiana, desde como economizar água, até o caminho para as próximas eleições, sem melindres. 
professor é herói sim e precisa ser agregador.
contudo, há solidão demais no processo educativo, porque os professores pouco falam entre si. só a maçã não alimenta.




quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

abolição via vargas - agora!

livro de carlos h carneiro está na área!
vivido em capinas, s paulo, é romance histórico e ... ah, você precisa ler! 

clica no botão abaixo!

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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

não olhe para cima: filme alerta para o perigo da burrice

 


 "não olhe para cima" (mckay/dicaprio) - netfllix.

dois astrônomos descobrem um cometa em rota de colisão com a terra. o planeta tem seis meses para desviar ou destruir a grande pedra que pode extinguir a vida na terra.
eles -- os cientistas -- vão enfrentar o individualismo da geração que só se liga em redes sociais, desde pessoas comuns, na rua, até presidenta da república, para poder provar que é preciso fazer algo contra a extinção da vida. é inútil. parte da população já se mostra descrente até da existência de um cometa, quanto mais da necessidade de detê-lo. e a lei das fake news cresce, tanto no filme, como na vida da gente...
apesar do argumento ser bem pertinente, há situações desnecessárias, como mostrar a figura da cientista dibiasky (j. lawrence) como uma descontrolada que grita quando está sob pressão. ao contrário, o astrônomo randall (dicaprio) é coerente, consegue ser articulado, sedutor etc etc. o velho machismo em ação. enfim.
confesso que as cenas após o letreiro dão um tom de filme "b" que nem sei se combinam com as ideias anteriores, mas satiriza de forma contundente a burrice de negacionistas. enfim, de qualquer forma, a narrativa é necessária pois critica a imbecilidade de negacionistas e daqueles outros que dizem ser a terra plana. 
a ciência é o único lugar por onde a vida pode ser respeitada. 
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falando um tanto mais sobre ciência -- veja 




terça-feira, 28 de dezembro de 2021

um café para houaiss - enriqueça seu vocabulário

 


 FAÇA SOPA DE LETRINHAS COM MAIS NUTRIENTES

 A - primeira vogal, primeira letra do alfabeto. inicia palavras legais como "amor" ou "açúcar". Pode aparecer no fim, mudando o gênero. símbolo do ampère. pode ser pronome... maneira de representar o "alef" (semita) ou alfa. primeira coisa que você diz quando a cerveja vem pra mesa quase sem colarinho 

2022 - cem anos da "semana" mais famosa da história das artes brasileiras; a soma dos números dá seis, o que quer que isso signifique

ÁGUA - lugar onde os peixes transam; reflexo do céu e um dos principais componentes do corpo humano. é usada estupidamente para lavar carro no domingo e poodle de madame. também serve para tornar a história “a terceira margem do rio” (guimarães rosa) bem mais simbólica.

ABREVIATURA - ato de se abrir um carro de policia.

ALGUMA POESIA – livro de estreia de poeta mineiro (drummond) cheio de referências prolixas à paisagem mineira, definida por ele mesmo como “besta”. Conjunto de poemas pretensamente irônicos onde só se salvam “outubro 1930” e “nota social”, sendo este último a prévia do que seria o próprio poeta no futuro:  a cigarra era justamente manoel de barros.

alencar – escritor nacionalista brasileiro que adorava imitar o modelo europeu de folhetins; ficou famoso por ter inventado iracema, a virgem dos lábios de mel, da tribo tabajara... o nome da índia, aliás, é anagrama de “américa”, mas isso você já sabia. famosa mesmo é jesuína, a primeira figura da literatura nacional a se apaixonar por outra mulher, assim, sem rodeios... está lá, em “lucíola”... e dizem que romântico é moralista. eita, cearense porreta!

alopatiadar um rápido telefonema para a irmã da mãe. 

ansiedade – um passo para a vitória, meio passo para a angústia eterna

amizade -  ligação entre pessoas que se respeitam. transparência, bom senso e liberdade compõem o mínimo que um termo desse carrega. tem gente que acha que “amizade” é enviar, pela internet, aquelas baboseiras sobre anjos, frases feitas sobre amor ou mesmo deus... e ai daquele que reclamar dizendo que não quer receber o que não pediu... amigos da onça, isso sim.  “a amizade é um amor que nunca morre." -  mário quintana.

amor – estado em que dor e prazer se confundem. sinônimo de aventura. “roma” de trás pra diante.  sentimento bem inferior à paixão. palavra que fez a fama de freud. diz-se de certa personagem, ofélia, em “hamlet”. ou isabel, em “o guarani. todos acreditam que é isso, o amor, que acontece em “werther”, mas não é.

angústia - inquietação; ansiedade; diz-se de romance de graciliano ramos, cujo personagem central, luís, passa pela vergonha de ser abandonado pela quase noiva, e ainda por cima se vê diante de um crime... o pior da angústia é ver-se a si próprio.

amador - o mesmo que masoquista.

arte - aquilo que a natureza não dá; tudo o que  michelângelo fazia; diz-se das coisas que romero britto vende.

b – mais gorda das letras do alfabeto, só perde para o “o” maiúsculo. faz lembrar bossa nova (tem gente que gosta), bicicleta, bilac, bandeira e banda “b”. nome do estado mais perfumado e colorido do país, a bahia produziu gente famosa sem a tal letra : é castro alves pra cá, gregório pra lá, até joão ubaldo! ironicamente, o filho de dona canô e o marido da zélia gattai também estão órfãos da bela letra.

bacanal - reunião anual de bacanas.

bruxa – certo tipo de borboleta ou boneca; diz-se de mulher feia ou má, o que é tremendo preconceito. bruxa é figura detentora do saber, principalmente aquele chamado de “mal”. mulheres sábias, por isso perseguidas... aliás, quem divide as coisas entre “bem” e “mal” é católico, eterno maniqueísta. até hoje o nome “bruxa” traz certa dose de medo, desconfiança... ô herança medieval que não sai ! 

camões - nome de famoso poeta português, autor de "os lusíadas" e também de façanhas no recife ! é sério. já leu "em nome do bispo", da zulmira r tavares? pare de fazer essa cara.

campo geral – história poética e quase infantil sobre um garoto míope, cuja referência é o irmão. migulim adora passarinhos e gosta de carinho.. que singelo. por outro lado, seu pai o espanca e seu irmão morre. vida trágica. fora a miséria. o final é emblemático : ao ganhar um par de óculos, vê o mundo de outra forma, incluindo o amor. guimarães rosa. quem mais?

campinas – cidade paulista que apareceu na primeira metade do século xviii, através do povo de jundiaí, por volta de 1721. governo de rodrigo cezar de menezes... a região envolvia a rocinha (hoje vinhedo) até o rio atibaia. contudo, o fundador de fato foi francisco barreto leme, nascido em caçapava velha (1704-1782) que, em 1774, recebeu ordens para povoar a região onde morava com a família, vivendo da agricultura. quem ordena o povoamento da região foi um tal morgado mateus, de são paulo. de 1721 até 74, tudo era jurisdição de jundiaí. pois bem, a rua barreto leme está ao lado da prefeitura, cruzando o riacho já canalizado. tomara que nenhum “notável” do esporte ou música desapareça para que um outro “notável” vereador queira dar seu nome no lugar do ilustre plantador de cidade.

      (colaborou :  duílio b filho / “campinas” ed pontes)

castiça -  de boa casta; pura; aquela que não está degenerada. colocando-se um l no final a palavra ganha mais luz e significado.

cemitério – local onde se depositam mortos e vasinhos com flores igualmente não vivas. lugar, em princípio democrático, embora nunca haja eleição lá. carlos gomes, fernando pessoa, joana d’arc ou gonçalves dias, por exemplo, nunca entraram num cemitério, e nem lá se encontram, o que torna a palavra “morte” bem mais simbólica...

cerveja – refrigerante de quem não é criança; líquido de tom amarelado e escuro que sai de nosso corpo quase o mesmo como entrou, com diferença de temperatura; suco de cevada que torna as pessoas mais sonolentas ou mais francas. engraçado que quem toma cerveja, geralmente não gosta de café sem açúcar...

carneiro  - mamífero lanífero, símbolo daquele que se oferece à morte para perdão dos pecadores... quem diria.

caetano – diz-se de entidade suprarreligiosa de origem baiana. um dos iniciadores da tropicália e dono de profundo mau-humor quanto à imprensa ou a quem quer que possa criticá-lo... ou a joão gilberto. compositor de uma música só (sampa), acredita ser o enviado do destino para curar os males do país. entra para a história como cantor de festival de televisão.

ciência – conjunção de conhecimentos próprios para o bem comum, mas na verdade serve à natureza dos negócios. raramente, no mundo, se fez ciência fora de tribunais ou em subsolo alheio. boa ciência era a de aristóteles, galileu, freud, marx e nina horta. há quem jure ser a arte uma ciência... (está ouvindo ? eu gargalhando)

corínthians – entidade social ligada a são jorge e ao esporte radical que é ficar debaixo daquela bandeirona mofada e úmida. conhecido clube que gera taquicardia, lágrimas e muito dinheiro (só para quem joga nele). gente como neco, luizinho, rivellino, sócrates ou fagner jogaram neste time e por ele. o resto passa como uma “ola” gigante...

culpa - transgressão; conduta negligente, segundo direito penal. agravo. mal. aquilo que se sente ao comprar mais uma obra do jorge amado. sensação inerente aos católicos, eternos devedores.

deus  -  entidade que, antigamente, andava com barbas longas e um caderninho para anotar nossos pecados. função psicológica necessária ao homem. é representado também por uma cobra que morde o próprio rabo. está ultimamente em descrédito depois que fernando pessoa passou a ser mais lido. deus é sempre de direita, notem: muitas pessoas foram queimadas em seu nome ou mesmo castradas, torturadas... algumas se mataram ou se deixaram matar, em arenas cheias de leões ou numa cruz.  pegue o conto "vicente", miguel torga (bichos). ou o prefácio de “terra” (sebastião salgado). no quesito "teimosia" continua o mesmo, porém, lá no céu, decisões agora são de freud.

demônios - figuras ligadas geralmente ao mal. diabos. segundo a demonologia cristã, são anjos que traíram a natureza de si mesmos. não são de todo maus, pois, se assim fosse, não teriam derivado do bem. isso dá o que falar. costumam aparecer em túneis, parques abandonados, em igrejas onde três pessoas entraram de costas, às vezes em chaleiras com o bico entupido, esquecidas entre a pia e a janela da cozinha virada para o leste. chega. vá ler "o evangelho segundo jesus cristo", saramago. ou o singelo "eu e o bebu",  rubem braga.

espelho – do latim, “speculum”, é a parte da casa que mais mente.

estante – lugar onde se colocam estatuetas de aparecida do norte e garrafinhas com areia do maranhão. pouso para vasinhos com violeta. às vezes livros. expressão usada para evitar confusão: “espere um estante”.

elefante – mamífero pesado e patético. prova cabal de que a natureza não é justa; animal cheio de estrias e celulite nervosa, capaz de simbolizar falta de tato, o inverso da sutileza ou o tamanho daquela sua tia sexagenária; dizem que este é um animal muito inteligente, mas se peso e altura fossem sinal de sabedoria, as girafas teriam descoberto o anticoncepcional há mais tempo.

fé – confiança plena em algo; tipo de aceitação inerente aos seres humanos em desespero

frankenstein – resultado de uma lipoaspiração malfeita, a criatura, uma modelo, saiu às pressas procurando ivo ptanguy, mas só achou joãosinho trinta e aquela besta da emília, do lobato. trata-se de sobrenome de médico que inventou uma criatura que aprendeu a ler, na alemanha, com “werther” (goethe) e “paraíso perdido” (milton)... imaginem se ela topasse com algum livro do drummond ou “mar morto”...! hoje seria ministro da educação ! cadê a chave!

genitália  - órgão reprodutor dos italianos.

guarani – nome de romance entre um índio e uma moça filha de portugueses, peri e ceci. quem escreveu foi alencar. não o da ópera, o do livro  mesmo. amor casto, heroísmo e vida selvagem movem a história, escrita com excesso de adjetivos e comparações. ceci é amada por três caretas, mas dois não têm metade da coragem de peri, que acaba ficando com a moça no fim. vejam do que é capaz a criatura das selvas : peri, num acesso de inteligência ou extremo da sandice, toma veneno para poder matar os índios inimigos que cercavam a casa de sua amada... estes, os aimorés, tinham o peculiar hábito de jantar os prisioneiros... peri esperava vencê-los depois de morto. já o time de campinas...

inês de castro - nome de famosa personagem da história de portugal, aquela que foi fênix sem ter sido rainha ou amada com muita densidade. em 1355 foi imolada e morta a mando de afonso iv, seu ex-futuro sogro, pai de pedro. está num caixão de pedra em alcobaça, junto a pedro. é aquela que no peito escrito tinhas etc etc.... (o resto em camões)

destaques

tudo que move é sagrado

  beto guedes tudo que move é sagrado é o primeiro verso da canção "amor de índio", parceria com ronaldo bastos,  olha:         tu...

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