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Mostrando postagens com o rótulo mulher

mulher andando nua pela casa - drummond

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       MULHER ANDANDO NUA PELA CASA    Mulher andando nua pela casa    envolve a gente de tamanha paz   Não é nudez datada, provocante   É um andar vestida de nudez, inocência de irmã e copo d’água.    O corpo nem sequer é percebido pelo ritmo que o leva   Transitam curvas em estado de pureza, dando este nome à vida:   castidade   Pelos que fascinavam não perturbam   Seios, nádegas (tácito armistício)    repousam de guerra   Também eu repouso         [ drummond  -  o amor natural, ed record ]  . . . . .  .   .   .    . " andar vestida de nudez " : este é o verso que interessa. o resto não é novidade. a nudez vira um conceito. ela é algo de que se veste e isso provoca olhares do outro. o estado de pureza, destacado nos versos, dá ideia de que a figura feminina é intocável, talvez nem deste mundo... isso é abuso de clic...

memórias de martha - julia lopes de almeida

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  memórias de martha  -  julia lopes - romance - 1888 narração em 1a pessoa  -  martha cenário: rio de janeiro martha narra sua história de infância e juventude, até 24 anos de idade, quando se casa quando pai falece -- suicídio --, ela e mãe vão morar num cortiço, em são cristóvão. a mãe lava e passa roupas para outras famílias martha sofre com a miséria, tem vergonha da pobreza martha sonha ser professora e consegue, com auxílio de d. aninha -- martha é dedicada aos estudos a ascensão social de martha não irá acontecer pelo casamento, herança ou o que quer que seja vindo de outras pessoas, mas sim da educação, eis a revolução deste livro que, como se viu, é do século 19, escrito por uma mulher julia lopes, inclusive, foi barrada na academia brasileira de letras que ela mesma ajudou a criar! mas isto é outra conversa. voltemos ao livro martha se apaixona pelo primo de d. aninha, luiz, mas nada se desenvolve, para frustração da narradora (martha) o ambiente do c...

nebulosas - livro de narcisa amália - comentário

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  narcisa amália de campos (1852-1924) nasceu em são joão da barra , rio de janeiro e faleceu na cidade do rio de janeiro " nebulosas ": poesias românticas com algum teor crítico. isso a aproxima do que fez castro alves , na mesma época, ou seja, na segunda metade do século 19. o livro de narcisa é de 1872.  o livro apresenta três partes: a primeira com um poema apenas, " nebulosas "; a segunda com 27 poemas e a terceira, 16 poemas. o texto que abre esta última parte é justamente "castro alves". no geral, o que chama atenção do leitor, hoje, é o excesso de termos raros, uma escolha lexical que pode cansar o leitor apressado, dificultando a interpretação, num primeiro momento. é preciso estar sempre próximo a um dicionário. no conjunto, a obra "nebulosas" é de lirismo denso, místico, lavado de cristianismo e melancolias.  a natureza é constantemente citada como cúmplice das emoções, em muitos poemas. o livro  "nebulosas" também traz at...

opúsculo humanitário - nísia floresta brasileira augusta

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                          dionísia pinto lisboa  - -  nome oficial       nísia floresta brasileira augusta  - -  pseudônimo - "floresta" faz referência ao sítio onde nasceu (rio g do norte) - "augusta" é o nome do marido falecido, "augusto" filha do português dionísio pinto lisboa e da brasileira antônia clara freire, dionísia nasceu no rio grande do norte, em 1810. morreu na frança, em 1885.  no início de " opúsculo humanitário ", nísia expõe o modo como mulheres foram tratadas em épocas distantes, como na grécia, pérsia e egito, por exemplo, antes de cristo. passa pelos pensamentos de platão, sócrates, cita dario, safo, perictione (mãe de platão), aspasia, indo à idade média, chegando até -- mais recente --, a cornelia bororquia. vale explicação: " cornelia bororquia " é nome de um livro anticlerical, do final do século 18, com subtítulo: " a verdadeira história da judith espanho...

cordas de aço - cartola - comentário

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      CORDAS DE AÇO       Cartola [1908 - 80]  Ah, essas cordas de aço  Este minúsculo braço  Do violão que os dedos meus acariciam  Ah, este bojo perfeito  Que trago junto ao meu peito  Só você violão  Compreende porque perdi toda alegria  E no entanto meu pinho  Pode crer, eu adivinho  Aquela mulher  Até hoje está nos esperando  Solte o teu som da madeira  Eu você e a companheira  Na madrugada iremos pra casa  Cantando   * pinho: v iolão (madeira usada para o instrumento)   . . . . . . . . . . . .  .  .  .   . muito comum, no século 20, referir-se ao corpo das mulheres como "violão", por conta de sua forma ondulada, lembrando a cintura de uma figura feminina.  o texto de "cordas de aço" traz a relação de um músico e seu violão. o  instrumento pegado ao peito indica intimidade e cumplicidade. o poeta está sem "aquela mulher" ( ver...

emília é a mais famosa das mulheres daqui

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  arrisco dizer que emília (boneca de pano de saco) era mais famosa que iracema, bem mais famosa que capitu ou qualquer outra, desde carmen miranda, rita lee, gisele, elza ou anitta... na literatura brasileira, lindoia ("uraguay") e marília (aquela mesma, de ouro preto) despontam como musas, mulheres feitas para adoração, contemplação... mas  a vida melhora com rita baiana (do "cortiço"), depois capitu e a recosturada emília é cereja no bolo da desfaçatez e diversão.  uma cria de "frankenstein" -- à moda tupiniquim --, a boneca tem como trunfo a pílula falante. podia ter a calante, mas isso é outra história. há mais mulheres na minha estante, vejo daqui... luísa (primo basílio) -- que é sem sal, mas deixa a gente curioso; ci ("macunaíma"), helena ("três mulheres..."), paulo emílio); rami ("niketche"); farida ("terra sonâmbula") ou mesmo aquela de "a maçã no escuro" (clarice). onde quero chegar ? não sei. mu...

8 de março é dia de...

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  hoje foi meu primeiro dia, na sala do curso pré-vestibular. teria sido semana passada, mas foi feriado. é o início do curso de literatura. revisão de tudo, foco nos vestibulares do fim do ano. nada de novo aí. mas calhou de ser no dia 8 de março a aula. então, abri minha caixa de ferramentas, peguei uma das mais pesadas -- o aborto -- e fui com ela pra sala.  mostrei poemas de camões, drummond, até bilac. tirinha do calvin também foi. caminho parecia seguro mesmo. quando mostrei a letra da iza, "dona de mim", já senti que seria um dia bom. a letra é de resistência, é de protesto e bem combina com esse momento em que a violência contra mulheres continua. foi ótimo ler os versos da cantora e compositora. "eu que fiquei quieta, agora vou falar" (iza). em seguida, coloquei uns títulos na tela que envolvem a questão da violência contra mulher. primeiro: "semana de arte moderna 1922" -- que remete à exposição de anita malfatti, cinco anos antes e a crítica fer...

sophia -- um robô em sua vida 2017

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parece assustador. e é. várias considerações. seu nome é sophia. tudo a ver. sugestivo. entre o clichê e o shakesperiano. o robô foi desenhado e construído com um perfil feminino... estereótipo da brancura do hemisfério norte, recebeu cidadania saudita e, como se esperava, a chiadeira aconteceu porque parece que a máquina terá mais direitos que as humanas de verdade. em portugal, sophia concedeu entrevista. ou seria melhor dizer... seus programadores concederam? sophia existe? seria ela apenas o aparelho pelo qual falam seus programadores...? que fase da humanidade. divertido é, no fim.

redação: três dicas para enem 2016

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mais dicas para quem vai fazer a prova do enem 2016. três temas possíveis! acompanhe.

quem é iracema ?

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passados tantos anos da publicação do livro...  hoje, só hoje, foi possível mostrar aos leitores e amantes de histórias esquisitas de onde veio a trama de josé de alencar... veja!

virgem e com lábios de mel ....

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iracema é o livro mais famoso de josé de alencar, mesmo com carlos gomes gesticulando, não adianta: nem "guarany", nem "senhora", muito menos "lucíola" chegam aos pés do alcance desse romancete aventureiro, adocicado e triste. romantismo na medida exata do exagero, "iracema" irrita até o leitor mais experiente. frases pretensamente poéticas, comparações em excesso, sensualismo que resvala no artificial... ah, sei lá...

questão de pele ?

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c larissa l ima, carioca, professora, negra. seu livro "cor de pele" é leitura fundamental para quem se interessa pela educação, pela cultura racial e quer mais debate positivo a respeito da negritude, hoje, nas escolas. estive com ela, maio de 2016, no rio de janeiro. li seu livro, entrevistei autora.  imperdível. não vou me esquecer.