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maria bonita e a borboleta

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                     [maria de déa - 1910-38 - maria bonita, diferente das outras] hoje acordei com uma angústia do tamanho de um mosquito. inútil e inesquecível. aqui da minha bancada vejo, pela janela, bem-te-vis, pombo, gaviões e uma borboleta insolente no vai-e-vem da brisa, insistindo em viver solta sem rumo certo. maria bonita, do livro "uma história de amor e balas" (wagner), saiu da estante, me encarou, perguntando por que eu gostava tanto de fazer drama do lado de dentro da janela. é a borboleta, respondi. o que é que tem? -  continuou ela, passando o facão pra outra mão. ela voa parece que tá sem rumo, diferente das outras.  e por que isso dá angústia? eu queria ter esse luxo também.

ensaio da visão: bandeira, magritte e saramago

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                                                                             [ the lovers - magritte ] falei com meus alunos a respeito de "ensaio sobre a cegueira", saramago. gosto do livro, feito no final do século 20, traz visão sombria do desconhecimento que cada um tem de si mesmo.  lembro duas coisas singelas e pesadas, nessa história de arte e organismos. "the lovers", renne magritte e "a virgem maria", manuel bandeira. embora magritte tenha falecido em 1967 e bandeira no ano seguinte, são estradas marcantes desse olhar preso. a tela do belga é aparentemente simples, um casal com os rostos cobertos por pano branco. nos versos do pernambucano, a cobertura é outra... o poema de manuel bandeira é assim:              A VIRGEM MARIA O oficial...

aula intertextualidade - castro alves e mário de andrade

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" boa noite, maria, eu vou-me embora " é verso do jovem castro alves, falecido aos 24 anos de idade, mas tempo suficiente para ser o mais contundente dos românticos, no brasil. o poema chama-se "boa noite". e o que isso tem a ver com mário? o conto "vestida de preto", do livro "contos novos", cita esse verso. no texto de mário, o narrador é juca. apaixonado platonicamente por maria, uma prima com quem brincava, na infância.  vale a pena ver como essas duas obras se ligam : assista-me!