quem tem medo de um jacinto?
e quatro jacintos numa história só?
estamos entre portugal e paris, século 19
riqueza, filosofia, tecnologia, tédio e alguma natureza.
"a cidade e as serras"
romance não dos melhores, do eça, mas está nas bocas dos vestibulares.
eu li!
jorge de lima, pota moderno que produziu literatura de quase todo jeito: épica, lírica, clássica, folclórica... seu estilo mais marcante é o que a crítica chama de "modernismo fase 2", geração de 1930 / 45. "poemas negros" é um bom destaque. linguagem próxima da oralidade, vocabulário afro, verso livre. vale a pena. e está nos vestibulares aqui dom sudeste.
trovadorismo é o começo da nossa história literária. nossa, da língua portuguesa, pode-se dizer. o momento histórico escolhido como início oficial da literatura de idioma luso é o século da independência do país, o doze. de lá pra cá, todas as fases da literatura apresentam, de alguma forma, influência do trovadorismo. mas o que é mesmo esse trovadorismo? veja-me! compartilhe!
quem diria!
a galinha pintadinha veio morrer bem na minha varanda!
cozinha serve pra muita coisa, mas celebridade merece céu aberto e comemoração.
vejam como ficou a penosa com um refogado de cebola e óleo de coco.
neste século 21, a economia compartilhada ganha status de pré-revolução. isso mesmo. quase um tsunami no gosto de muita gente pelas moedas. processos como "airbnb", "uber", "tripadvisor", "unicaronas" e aqueles outros tantos de gastronomia, sustentabilidade, troca, enfim, vão fazendo com que a gente repense o que é preço e o que é valor. saiba mais!
tarsila do amaral nasceu em 1886 e faleceu em 1973. pintora famosa pela fase antropofágica (década de 1920), a artista plástica encantou gente importante como blaise cendars, oswald de andrade, mário de andrade e eu. em agosto de 2016 fui a seu encontro. eu, bianca, gabi carvalho, gabi cavalcante e iza cesco. veja como foi.
saiba, finalmente, por que uma parte do modernismo brasileiro é chamada "fase 2".
é a geração de 1930 / 45
gente como graciliano e jorge de lima estão lá. e drummond e vinícius também... ai....que fase!
é possível juntar duas entidades como literatura e culinária? pois é, dá sim. em que pese, literatura não fazer parte da cesta básica do brasileiro... dá sim. aqui, vamos fazer um porco. mas não é qualquer porco. prepare-se. é uma viagem... você pode ser perder ... quem nunca?
vicente de carvalho, dezenas e dezenas de anos atrás, publicou "velho tema", um sonetinho quase despretensioso abordando a felicidade que, segundo se lê, existe mas nós não alcançamos porque sempre pomos onde não estamos. o livro é de 1908, "poemas e canções".
o livro se inclui na primeira
fase da obra do baiano lírico, revela a diferença de classe e a violência
contra os mais pobres, vitimados pelo que se acostumou a ler como “os ricos”. de caráter panfletário e feito em forma de uma sequência de episódios, “capitães
da areia” se esforça para expor caráter quase documental, uma vez que as
notícias publicadas antes do primeiro capítulo, dariam verossimilhança à
narrativa, expondo uma necessidade de fazer da obra uma arma contra a miséria
a narrativa envolve pedro bala, líder dos “capitães”, filho de um grevista morto pela polícia, com um
tiro. em torno dele, outros meninos, como sem-pernas, joão grande, professor, gato, querido-de-deus e pirulito, dentre outros.
cometendo furtos e vivendo
como gente grande, os meninos, por volta de quatorze ou
quinze anos, são mostrados como vítimas da sociedade capitalista. Vale lembrar
que o livro sai em 1937, auge do varguismo. os adultos respeitados pelo grupo
são apenas dois: padre josé e aninha, mãe de santo. uma cena emblemática, é o
momento em que professor
(joão josé) toma o capote de um homem que se ofendera com seu desenho, tendo
inclusive apanhado deste homem. o capote torna a figura do adulto um
estrangeiro, alguém fora do ambiente quente de salvador. os policiais também
fazem parte dos sonhos de ódio dos capitães. até a família singela, que adota
Sem-Pernas, padece, vítima do assalto dos meninos, pois eram ricos. Professor
chega a ser reconhecido, na rua, como um futuro desenhista de sucesso, mas não
consegue acreditar na proposta de um homem bem vestido que lhe dá um cartão. o menino prefere ficar com a piteira que recebera, deixando o cartão pela
sarjeta.
marcando época, está a
varíola, que acaba vitimando ricos e pobres. boa-vida, um dos capitães, é
acometido pela “bexiga”, mas fica saudável.
com a chegada de dora ao
trapiche, percebe-se um rito de passagem para todo o grupo. seus pais haviam
morrido de “alastrim”, a varíola. protegida pelo bando, torna-se uma mescla de
menina e menino, ágil, companheira, vestida de homem. presos, dora vai a um
orfanato e Pedro ao reformatório. torturado, não revela a morada dos outros
capitães. É notícia nos jornais. com ajuda dos demais que ficaram fora,
consegue fugir, mesmo enfraquecido por passar oito dias em uma cafua, espécie
de solitária. dora é retirada do orfanato pelo bando, muito doente. ela e pedro
se amam no trapiche e, em seguida, ela morre. impossível não lembrar romeu e julieta, muito menos esquecer iracema, enterrada na praia, deixando seu amado Martim
com sua memória. dora é levada mar adentro, oferecida a iemanjá. sem-pernas também passa por uma espécie de
rito de crescimento, quando se vê seduzido pela quarentona que o acolhe,
envolvida no mesmo plano de outrora: entrar para roubar. a partir daí, os
capitães irão se dispersar. gato vai para ilhéus, professor parte para o rio de janeiro (capital do país), pirulito torna-se frade, padre josé vai ao interior,
em nova paróquia, Volta Seca entra para o bando de lampião, joão Grande vira
marinheiro, sem-Pernas suicida-se e querido-de-deus segue sua vida de
capoeirista. pedro bala deixa o trapiche, torna-se líder comunista, após se
envolver com os doqueiros. fim.
na beira do rio pará, na tapera do arraial, havia um
povoado praticamente abandonado, em função da epidemia de malária. o lugar que
tinha sido belo e bom de se plantar, agora estava, literalmente, às moscas. primo ribeiro e primo argemiro, homens feitos, são os habitantes que restaram no vau
de sarapalha. eles e o cachorro jiló, cheio de marcas na pele, coberto de
vermes. ali, atacados pela febre, tremem, e esperam a morte.
um cuida do outro durante e depois do acesso, bem
unidos, sendo velados pela natureza que parece entristecer-se com aquela
situação.
argemiro se sente muito triste com a fuga de luísa
com outro homem. a moça era casada com primo ribeiro, mas ele, argemiro,
silenciosa e discretamente, amava a mulher. seu plano é contar ao primo ribeiro seu amor platônico por luísa. qur saber como termina ?
chove, nessa quarta-feira ruim, de agosto. fim de um período democrático, porque alguns corruptos não queriam que o processo de caça à corrupção (lava-jato) chegasse até eles. o dia já amanheceu cinza, a tristeza vem à tona. saber que se lutou e ponderou mas que o buraco continua a se abrir é terível. seres humanos, em média, não fazem concessão e nem buscam compreender. são taxativos e, por vezes, definitivos. está na raiz do egoísmo o reino das justificativas. é melhor justificar do que assumir qualquer ato. egoístas demonstram pouco tato, são rancorosos... é ruim.
o que pode haver em comum entre "til" (alencar) e "a cidade e as serras" (eça) ? e entre figuras rudes como jão fera (til) e fabiano (v secas) ? quer mais dicas ?
veja-me!
e, se puder, divulgue! os vestibulandos agradecem.
a pousada "trilha dos tucanos" está inserida numa grande área de preservação ambiental (apa), na região de tapiraí, s paulo. lá, marcão e patrícia comandam um lugar feito para observação de pássaros, natureza e céu magnifíco.
recomendo!
pense numa espiral. pense num quadro de dali. pense em uma narrativa densa, poética. pense na áfrica dos últimos trinta anos. "terra sonâmbula" é muito mais que literatura moderna. é magia. portal de fantasia e história. mítico. crítico e filosófico. mia couto é cirúrgico quando se trata de construir painel para uma determinada ação. cenário que se move, personagens que se desfazem. são duas narrativas : muidinga e tuhair -- uma criança e um idoso -- fugindo da guerrilha, durante a guerra civil, emoçambique. a dupla busca abrigo num velho ônibus queimado (um "machimbombo"). lá, o garoto muidinga encontra um caderno e começa a ler as histórias de kindzu, ali narradas. quer mais ? veja-me!
a revista vogue editou imagens dos modelos cleo pires e paulo vilhena para que representassem atletas paralímpicos, cujas competições começam em setembro próximo. uma avalanche de críticas se deu, por conta da falta de sensibilidade da revista porque simplesmente não escolheram atletas especiais de verdade... retiraram, via edição de imagens, partes do corpo desses modelos para chamar atenção do público-alvo (gente branca, classe média, que não enfrenta situações como a de cadeirantes ou com deficiência visual, por exemplo). não contente com as críticas (típico de gente mimada), um dos modelos disse que quem criticou a campanha era preconceituoso. terrível. a pessoa (um dos modelos citados) acredita que achar que se faz um bem com uma campanha dessas é correto e definitivo. confundir opinião com argumento é de uma ingenuidade atroz.
o que é arcadismo ?
uma escola literária do ocidente. nascida no século 18, representava o espírito racionalista que também gerou o iluminismo.
poetas valorizavam a natureza e o modo de vida rústico...
está complicado ?
então me assista! compartilhe ! e dê um joinha, vai!
clica !
romantismo, oficialmente, apareceu no brasil com "suspiros poéticos e saudades", de gonçalves de magalhães, 1836. depois dele, alencar, gonçalves dias e até o garoto castro alves fizeram mais sucesso. as principais marcas desse estilo, por aqui : natureza exuberante, narrativas folhetinescas, adjetivos, fantasia e o tal amor. quer saber mais ? veja-me!
sabia que nos últimos dez anos, até agora, a média de mortes por ano supera 40 mil? isso mesmo: mais de 40 mil mortes por ano. não contei os feridos. só mortes. mais de 3 bilhões, só em 2015, foram gastos em indenizações para mortos e feridos, em acidentes pelas rodovias e ruas do país. e ainda há os imbecis que dizem que o sistema de aferição de velocidade é "fábrica de multas". muita gente -- principalmente de classe média, adora burlar o imposto, sonegar, comprar de ambulantes sem nota, tudo pra levar vantagem. é burrice. é crime. daí, falta ao estado condição para alimentar o s.u.s., para alimentar escolas públicas, a polícia, comprar vacina etc etc etc. daí, essa mesma classe média, cobra dos governos o combate à dengue, cobra escola de primeiro mundo, rua sem buraco...e adora sonegar. enquanto nossas escolas, templos, imprensa e poder público não se unirem pela democracia, pela transparência e ética, ainda vamos viver o inferno do individualismo. o exercício da boa convivência cidadã começa em casa e se estende à rua, para sempre. construir um país não é fácil. ser honesto é. veja:
animado com a chance de melhorar o mundo todo com um canal no youtube, resolvi fazer um tutorial singelo, técnico, sobre uma ferramenta que edita vídeos. de repente, algum neófito pode precisar de minhas dicas. qual foi o tema ? como criar uma imagem-capa para seu vídeo, como esta que você está vendo aqui abaixo. vamos lá!
"oficina irritada" é o mais emblemático poema do livro "claro enigma", embora muita gente eleja "a máquina do mundo" como destaque maior. não tem problema. vou ficar com este e explico o motivo. o poema está em forma fixa, é um soneto decassílabo, fato que vai se repetir mais vezes, no livro, não só com o soneto mas com quartetos e versos de métrica regular. aqui o poeta parece fazer um pedido de mais responsabilidade para com o uso do verso. na metalinguagem explícita (tratar do texto enquanto o faz). leia. vai te fazer bem, e olhe que é drummond heim. OFICINA IRRITADA Eu quero compor um soneto duro como poeta algum ousara escrever Eu quero pintar um soneto escuro seco, abafado, difícil Quero que meu soneto, no futuro não desperte em ninguém nenhum prazer E que, no seu maligno ar imaturo saiba ser, não ser Esse meu verbo antipático há de pungir, há de fazer sofrer tendão de Vênus sob o pedicuro Ninguém o lembrará: tiro no muro cão mijando no caos, enquanto Arturo, claro enigma, se deixa surpreender
primeira metade do soneto: poeta quer causar impacto, deixa recado claro. quer soneto duro, difícil de ler, que seja doído até pra reler, no futuro. e esse futuro bem pode ser hoje. segue. "oficina irritada" lembra "profissão de fé", do parnasiano bilac e também "poética", do bandeira, dois metalinguísticos poemas que se pretendem indicadores de caminho a novos poetas. o primeiro direcionado aos antirromânticos, o segundo aos modernistas iniciantes. aqui, o eu lírico brinca com shakespeare, pura ironia abaixo da média dos escritores de seu tempo (drummond) mas serve para causar um distanciamento necessário da poesia mundana que, a meu ver, ele quer criticar. shakespeare é um clássico, vale lembrar. os tercetos: poeta insiste que os versos não têm pretensão de agradar. como se o poeta fosse a manicure que vai machucar a deusa ao invés de cuidar. e ninguém vai lembrar... como um tiro no muro -- barulhento, mas sem ser letal; ou cão mijando no caos, uma constatação de desordem. o poema não se pretende clichê, não se pretende lugar comum. vejam, arcturo é uma estrela de primeira grandeza, na constelação de boieiro, uma extensão de ursa maior. então, o soneto vai ser impactante e quer instalar uma ordem nova, mais série, mais cuidadosa da linguagem. divina, portanto, porque lavada pela imagem de arcturo, ao final. quer mais do livro do mineiro de copacabana? (ironia, ironia)
mais que um duelo entre cassiano gomes e turíbio todo, o conto é também uma narrativa mística, mostrando um duelo que, na verdade, se dá entre timpim vinte-e-um e turíbio.
modernismo, neologismo, sertão mineiro, século 20.
vale me assistir.
quem aqui nunca ouviu falar dessa dupla inoxidável e açucarada? pois é... "romeu e julieta", famosa tragédia, remonta o século 15 e saiu da cabeça de william shakespeare, dramaturgo inglês. pode sim ter sido história verídica. quer saber mais? veja-me !
romance moderno, frases curtas, discurso direto e indireto livre
prevalecem.
narrativa em terceira pessoa, onisciente. Aqui, o enredo expõe os
caminhos de gente abastada como zé maria ou leitão leiria; figuras quase
miseráveis como benévolo ou cacilda e também os de classe média e vida
assalariada como fernanda, honorato e prof. clarimundo. essas figuras vivem
realidade cinzenta, sem gosto, sonhando com outros mundos. é o caso de benévolo, assim como clarimundo ou mesmo noel. numa outra parte do enredo, a vida baseada no status
social expõe fragilidade do caráter de muitos personagens, como d. dodó
buscando fama na pobreza alheia ou mesmo seu marido e a postura adúltera que
assume. os devaneios e fantasias dos personagens são sempre superados pela
realidade.
repare que veríssimo se faz valer da técnica do "contraponto", ou seja, um evento mostrado sob diferentes pontos de vista.
por vezes, a narrativa assume cadência mais lenta, mas a descrição não é
estática e auxilia a compreensão da rotina dos personagens, muitos – se não
todos, levados pelo destino, sem muita iniciativa própria.
a expressão “ver a cara do madruga”,
do cel. pedrosa denota essa vontade de querer existir superando o outro,
apenas vivendo aos olhos do outro. à primeira vista, pode-se pensar que a
história toda é do homem sírio, como sugere professor clarimundo. o nome dele uma provocação: clarear o mundo. a realidade é cruel e
consome os menos corajosos. será? pode
ser que tudo seja obra do homem de sírio... essa dúvida é da arte.
são personagens simplórios no quesito ação ética (ou mesmo moral) mas
descritos com profundidade rara e antecipa, de certa forma, o que se vai ler no
traço de clarice lispector ou guimarães rosa.
poucos escritores misturaram tão bem a matéria fabulosa com a vida comum, como guimarães rosa.... a sobriedade na construção de personagens e gosto pelo mistério dão tom de "conversa de bois", um dos contos de "sagarana".
para saber mais, assista-me!