uns vendem, outros dão

 

                                    [ a vendedora de amores, j. vien, séc 18 ]

vem do século 18 a tela de joseph vien, "a vendedora de amores", em que uma moça, humilde, ajoelha-se numa rica sala, diante de figura nobre e sua acompanhante. a singela vendedora tira de uma cesta um míni-bebê, pela asa, sob o olhar embaçado da provável compradora. não é um anjinho, vou avisando. trata-se de representação do filho de vênus, o cupido. o nome "amor", no plural, indica tudo. amor, cupido.

olhem, o mercantilismo iria se transformar no capitalismo, já sabem e era importante marcar posição através daquilo que o dinheiro pudesse comprar. os amores, na cesta, são novos, gordinhos, parecem inofensivos. talvez sejam. a questão é o motivo que leva à compra. as figuras femininas, na cena, irão usar a compra juntas? comprarão um amor para cada uma?... é para presente?... fiquem à vontade.

em francês, temos la marchande à la toilette como título, o que torna nossa discussão mais poética e provocativa... 
e
ngraçado que quem oferece os amores é figura de classe social inferior aos luxos que ali na sala se impõem. a vendedora está com traje simples, mais escuro e um pano lhe cobre a cabeça, sinal de que anda bastante, deve ter vários clientes.
agora, as perguntas que valem uma vida: 
de onde viriam esses amores? quanto custa um amor, daquela cesta?  

uma coisa é certa: vendidos assim, devem ter prazo de validade.]

e você, o que acha disso tudo?... deixa comentário!

 . . . . . .  .   .     .

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Comentários

  1. Fico pensando no título original da obra…. O nome em português não me convence… abraço!

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  2. pois é, em francês, até onde consegui alcançar, o nome é "La Marchande à la toilette" -- algo como a vendedora de cosméticos (rs) ou vendeora de artigos de enfeite, ornamentos pessoais... por aí vai... ! boa observação!

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