fábula do livro falante

 


hoje, o livro nem me esperou levantar: saltou da estante, sentou na ponta da mesa, soltou: “vamos falar do que você está adiando?

tinha um xicrona de café, na outra ponta da mesa, ela tremeu.

fiz cara de quem procura açúcar e não acha. o livro riu — e livro que ri é pior do que gente que te conhece bem.

"você escreve sobre todo mundo, menos de você."
afastei mais a xícara.

tenho medo de virar best seller, logo no primeiro capítulo e ganhar o nobel, respondi, irônico.

"precisa admitir que tem medo é do capítulo seguinte."

livros às vezes exageram, mas nunca mentem.

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