arte tem preço ou valor?

 

                                                        são francisco,  mestre expedito - foto lordello e g leiloes -


no começo do mês, na avenida "norte-sul", aqui em campinas, um garoto de pouco mais de um metro de altura equilibrava bolas de tênis -- era a parada do semáforo --, ele  fazia malabarismo com elas, na cabeça, pelo ombro, mãos pra cima e pra trás, às vezes uma escapulia, mas rapidamente se refazia e pronto, lá iam as quatro ou cinco bolas pra cima. alguns motoristas dão umas moedas. outros, um aceno. quanto valeu o show? um real? cinco reais? é pouco? é muito?
uma obra invisível -- isso mesmo -- foi vendida em 20121 por cerca de 15 mil euros. a pessoa que comprou a coisa levou um certificado, visível. 
qual o valor da arte? o que deveria sustentar o artista, num universo capitalista a quem a força de trabalho é o único objetivo? no tal sistema, vende-se a força de trabalho ao outro, vende-se a identidade. e a arte?  qual função? sua utilidade passa pela transmissão de sensações, a fruição, o deleite, informação, folclore, história, muita coisa. arte completa o ser humano. arte revela o que não se vê usando apenas a razão. 
quanto vale a partitura original dos concertos de brandenburgo, de bach? quanto custa a igreja s francisco de assis, em ouro preto, no traço de aleijadinho?  dá pra medir em centavos o preço de uma peça do expedito, lá no piauí? e uma escultura de joão do monte, em valinhos? quanto vale o casal de noivos, do mestre vitalino?
esse texto está com perguntas demais... não é bom.
                      
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