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sábado, 18 de outubro de 2025

adeus, meus sonhos

 

                         


     ADEUS, MEUS SONHOS  _  Álvares de Azevedo (1831-52)

   Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
   Não levo da existência uma saudade!
   E tanta vida que meu peito enchia
   Morreu na minha triste mocidade!

   Misérrimo! votei meus pobres dias
   À sina doida de um amor sem fruto...
   E minh’alma na treva agora dorme
   Como um olhar que a morte envolve em luto.
 
   Que me resta, meu Deus?!... morra comigo
   A estrela de meus cândidos amores,
   Já que não levo no meu peito morto
   Um punhado sequer de murchas flores!

      Álvares de Azevedo, Lira dos vinte anos, séc 19

     nota_
    pranteio - choro
    sina  -  destino; fado
    cândido - puro; ingênuo; torcedor do vasco

 . . . . . .  .  .  .  .   .   .

poeta diz que está morrendo porque seus sonhos se esfarelaram, não viraram realidade. houve desilusão amorosa: ele gastou seus dias em um "amor sem fruto", disse ele, no verso 6. como seus sonhos deram errado, ele decide se vingar: "morra comigo a estrela...",  ou seja, vai matar os sonhos que ficaram em sua cabeça. o problema é que ele vai junto. 

parece que só o que valia a pena, dentro do amor, era a perfeição, sem tristeza, sem melancolia. olhem, essa visão de que o amor que vale a pena  é só o amor romântico vem durando até hoje.  

terça-feira, 23 de junho de 2020

jogo de cartas marcadas - álvares de azevedo #2





sim, a ideia é fazer uma homenagem a alguns escritores, escritoras... houve quem fosse superestimado... subestimado ou mesmo quase esquecido.

aqui, no jogo das cartas marcadas, vamos mostrar muita gente!

saber mais?

clica para assistir


domingo, 3 de novembro de 2019

o cortiço - teste múltipla escolha






Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.
Os sinos da vizinhança começaram a badalar.
E tudo era um clamor.
A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas.

[AZEVEDO, Aluísio. O cortiço, ed Moderna]

Em O cortiço, o narrador está em terceira pessoa, onisciente, preocupado em oferecer uma visão crítico-analítica dos fatos. A sugestão de que o narrador é testemunha pessoal e muito próxima dos acontecimentos narrados aparece de modo mais direto e explícito em:

a) Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo.

b) Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.


c) Da casa do Barão saíam clamores apopléticos.


d) A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa.


e) Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada.


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resposta 
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E

[ a palavra "cá" indica o local de onde parte o discurso do narrador ]

destaques

adeus, meus sonhos

                                 ADEUS, MEUS SONHOS  _  Álvares de Azevedo (1831-52)    Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!    Não levo...

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