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quarta-feira, 2 de julho de 2025

turma do "eu-quero-agora" usa i.a. para fazer terapia

 



não tem como dar certo.

hoje, 2025, são milhares de seres humanos que usam inteligência artificial para conversas aleatórias e distração. essas milhares de pessoas chamam isso de terapia. não é. muita gente para na frente da tela e digita partes de sua vida e busca interação com o que chamam "inteligência". só que não.

os modelos de linguagem digital são alimentados por gente que cria e reforça dilemas psíquicos. ou seja, as inteligências artificiais usadas para cuidados com saúde mental  são um erro profundo. é tratar doença com o aquilo que causa a doença. pedro paulo bicalho, do conselho federal de psicologia já alertou para a questão. é grave. essa história de suposta trapia com inteligência artificial é o que se chama de brian rot, hoje em dia. ou seja, a podridão mental causada pelo consumo excessivo de conteúdos digitais. a situação é bizarra, pois parte do conjunto de coisas que detonam saúde mental de pessoas é usada como terapia! não dá! o poste mijou no cachorro! 

a cultura da conversa on line e a chance de interagir com essa plataforma (i.a.) 24h por dia, 7 dias por semana, encobre o que um terapeuta humano pode fazer pelo analisado. é estupidamente tentador. mas é estúpido. e muito grave.

 . . . . .  .  .   .

 aproveitando...


quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

silêncio de um cipreste - cartola - um outro olhar

 


numa primeira postagem (julho, 2022) comentando o samba "silêncio de um cipreste", do rei cartola, afirmei o seguinte:    

(...) parece mesmo que existe culpa, nessa letra de cartola. então, a solução para o defeito seria mudar o pensamento – ao invés de tentar fazer alguma coisa. o pensamento, segundo o texto, é folha do cipreste que o vento leva, não tem peso. uma ação, pelo contrário, fica, tem peso, pode ser julgada. (...)

      [ clica aqui pra ler o texto todo ]

hoje, releio, estudo, converso, então, resolvo fazer ressalva. 
assim: a questão, no texto de cartola, não seria apenas o contraste entre o pensar e o fazer. lidar com pensamento não significa necessariamente deixar de fazer uma ação.  pode ser, mas nem sempre. olhem, a letra é introspectiva, revela arrependimento, é fato. agora, mudar o pensar também pode ser uma maneira nova de encarar o passado, ou seja, rever aquilo que o poeta diz não ter realizado, mas sem o peso. insisto: se o pensamento é como folha leve, então pode-se ver o passado de outra forma: com menos mágoa.

a letra está aqui:

  SILÊNCIO DE UM CIPRESTE
          Cartola [ 1908 - 80 ]

    Todo mundo tem o direito
    De viver cantando
    O meu único defeito
    É viver pensando
    Em que não realizei
    E é difícil realizar
    Se eu pudesse dar um jeito
    Mudaria o meu pensar
    O pensamento é uma folha desprendida
    Do galho de nossas vidas
    Que o vento leva e conduz
    É uma luz vacilante e cega
    É o silêncio do cipreste
    Escoltado pela cruz

. . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .

  saiba mais


sexta-feira, 28 de julho de 2023

garganta profunda

 

junho e julho. neste meio de ano, 2023, tive pelo menos duas crises brabas de ansiedade. já havia assistido outras pessoas próximas com isso, mas nunca vivido. vivi. sobrevivi.
com impressão de que havia gripe ou algo do tipo, tive sensação de que sufocava... ora com secreção pela garganta, ora narinas inchadas dificultando respirar. some-se a isso entraves para cuidar de dente, medo de sair de casa, sono truncado, coração acelerado. o caos.
em terapia, medicado e com família por perto, emergi.
garganta é espaço de muita coisa, aqui. falar. calar. devia ser simples... falar é meu trabalho, há 37 anos. sala de aula. agora se há entrave aí, é recado da mente, do inconsciente, das estrelas, ou o que quer que seja, na obra das coisas vivas.
resultado dos cuidados e reflexões: falar o que ainda não se disse é preciso... e o principal: pedir desculpas. é um caminho.




segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

tinha uma pedra etc...

 

[ moon & ba ]

no meio do caminho, tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio da vesícula. 
isso mesmo. pedras.
neste dezembro, 2022, vou a hospital para procedimentos cirúrgicos e retirar o cascalho do órgão. não sei se a vesícula vai junto, não importa agora. falta pouco. dizem especialistas e os íntimos que vai ser tranquilo, que vai ser rápido e isso e aquilo. mesmo assim, fico tenso.
no mundo do consciente e inconsciente vislumbro a possibilidade dessas pedras serem, de fato, um amálgama do que deixei de dizer, do que deixei de fluir. esse pacote nada lírico se forma e fica acumulado na gente. um efeito psicossomático de dentro pra fora esse segurar o verbo, segurar o gozo, a resposta e o gesto, em nome de sabe-se lá o quê. isso tudo pode sim ter sido acumulado, e o que era sombra, medo, ansiedade virou pedra. então, me sinto prestes a parir. quem sabe agora aprendo. falta pouco. 

   . . . . . . . .  .  .  .  .  .   .

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segunda-feira, 9 de setembro de 2019

depressão expõe limite entre o humano e o vento que sopra






não só porque em setembro pululam matérias ligadas ao tema da depressão. não só.  é nebulosa e cinzenta a tal depressão, mas há controle médico, às vezes. o que não há é o controle do outro. difícil contar com a compreensão e empatia. o que se tem, do outro lado da ponte, é uma eterna ocupação consigo mesmo. pouco espaço, pouco tempo, "você não está ajudando" etc etc ...
não só de medicamentos vive uma pessoa.
há exceções, mas que só confirmam a regra: quem sofre de depressão costuma estar só.
as campanhas dizem "fale mais"... quem tem moedas paga terapia, psiquiatra, cuidadores... aos demais, restam recados no fundo da caverna.
até o próximo setembro.

destaques

o futuro era melhor antigamente - veríssimo

capa 49a edição - 1982 [ na foto: fraga e juska ] hoje, 2025, vou pela casa dos 60 pra 61 anos. é muito, se pensar no que vive um ser humano...

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