modinha - beatriz milhazes
arte contemporânea. arte intensa. visual também.
é tão intensa que dá pra ouvir. é "modinha" o nome da obra.
a ideia do nome nos remete a estilo musical, por aqui, pelos séculos 18, 19. impossível, não lembrar taiguara, em "se eu pudesse ser menino eu roubava essa rosa..." -- trecho de sua "modinha" (sergio bittencourt). mais versos revelam outra proximidade com a obra de beatriz:
E o meu verso em pedaços
Só querendo o teu perdão
Eu me perco nos teus passos
E me encontro na canção
[ s. bittencourt & taiguara ]
olhem, o abstracionismo é a tônica da peça de beatriz e, lidos os versos da canção "modinha", é uma tentação ligá-los a esta "modinha" da artista. sim, os círculos podem remeter a flores, pensei nisso. flores em pedaços, versos em pedaços porque há alguma tristeza, uma necessidade de reconhecimento por parte da pessoa a quem se oferecem rosas. por isso que essa "modinha" de beatriz dá pra ouvir. pelo menos a mim, emotivo desde a raiz do proto-humano, fiquei impactado com o abuso de cores vibrantes que, de certa forma, contrastam com o ritmo das modinhas brasileiras tradicionais -- incluindo esta de bittencourt, cantada por taiguara. as modinhas eram lentas, sentimentais. música tipo 12 por 8.
e é esse contraste que interessa. é uma modinha, aqui, quase burlesca. sei lá, gostei muito desse abstracionismo que dança.

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