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terça-feira, 23 de setembro de 2025

uns vendem, outros dão

 

                                    [ a vendedora de amores, j. vien, séc 18 ]


vem do século
18 a tela de joseph vien, "a vendedora de amores", em que uma moça, humilde, ajoelha-se numa rica sala, diante de figura nobre e de sua acompanhante. a singela vendedora tira de uma cesta um míni-bebê, pela asa, sob o olhar embaçado da provável compradora. não é um anjinho, vou avisando. trata-se de representação do filho de vênus, o cupido. o nome "amor", no plural, indica tudo. amor, cupido.

olhem, o mercantilismo iria se transformar no capitalismo, já sabem e era importante marcar posição através daquilo que o dinheiro pudesse comprar. os amores, na cesta, são novos, gordinhos, parecem inofensivos. talvez sejam. a questão é o motivo que leva à compra. as figuras femininas, na cena, irão usar a compra juntas? 
e
ngraçado que quem oferece os amores é figura de classe social inferior aos luxos que ali na sala se impõem. a vendedora está com traje simples, mais escuro e um pano lhe cobre a cabeça, sinal de que anda bastante, deve ter vários clientes. 
agora, as perguntas que valem uma vida: 
de onde viriam esses amores? bastaria um? quanto custa um amor, daquela cesta?  

uma coisa é certa: vendidos assim, devem ter prazo de validade.


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

aula arcadismo no brasil




ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO - - SÉCULO 18

* contexto 

- iluminismo; revolução francesa; independência e.u.a.; conjura mineira
- o "bom selvagem" de rousseau
- racionalismo; valorização da ciência
- ascensão da burguesia

* para esta aula, pensei nos seguintes textos :

"O Arcadismo visava a substituir o empolamento seiscentista pela simplicidade estilística e pela imitação da Natureza.  Como os clássicos gregos e latinos já haviam bem imitado a Natureza, a imitação desta pelos árcades podia-se fazer indiretamente, pela imitação daqueles autores que haviam bem imitado a Natureza: Teócrito, Virgílio, Camões, Sá de Miranda, Rodrigues Lobo. (...)"                                                              Péricles E S Ramos

* poema de cláudio manuel da costa, séc 18

Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, 
nações, províncias, mundo, e gentes;
Se em frio, calma, e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;
Nem por isso trocara o abrigo terno
Desta choça, em que vivo, coas enchentes
Dessa grande fortuna: assaz presentes
Tenho as paixões desse tormento eterno.
Adorar as traições, amar o engano,
Ouvir dos lastimosos o gemido,
Passar aflito o dia, o mês, e o ano;
Seja embora prazer; que a meu ouvido
Soa melhor a voz do desengano,
Que da torpe lisonja o infame ruído


* repare que a valorização da natureza é tema de ambos os textos
* no poema de cláudio, o eu lírico não trocará a palhoça, o casebre em que vive, por nada
* figuras como newton, mozart, lavoisier, rosseau ou franklin trabalharam no plano terreno, no sentido da prática, da experiência com as intempéries e a busca de coerência em seus projetos; esse espírito racional influencia a poesia também, quando esta opta pela valorização da vida rústica o "carpe diem", o "fugere urbem"
* quem mora na cidade, segundo os tercetos, adora traições e enganos, além de passar aflito o tempo todo, ou seja, o campo é melhor para se viver
* a tela de j vien já registra o espírito burguês em franca ascensão: uma figura com elementos de influência clássica grega (à direita) diante de outra, joelhos ao chão, sinal de humildade. a figura sentada está pronta a pagar pelos símbolos do amor 

. . . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .
professor(a),  
a ideia, aqui no blog, nesta série, não é ser definitivo, com algo muito extenso, em cada post... mas sim deixar material suficiente para uns 50 ou 40 minutos

algo para, de repente, um exercício, depois do seu debate, uma avaliação, uma tarefa de casa...
use este material como lhe convier!

acompanhe, toda semana, uma aula diferente, neste blog

@literaturapretensiosa
@carneiro_liter


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destaques

adeus, meus sonhos

                                 ADEUS, MEUS SONHOS  _  Álvares de Azevedo (1831-52)    Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!    Não levo...

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