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fantasmas - chimamanda adichie

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  " fantasmas ": conto de chimamanda adichie, no livro "no seu pescoço" em "fantasmas", professor de matemática james nwoye -- aposentado da universidade --, reencontra outro porfessor: ikenna okoro, da área de sociologia. no passado, era combativo, exigia direitos melhores aos funcionários da universidade. james o vira pela última vez 37 anos antes, durante guerra da biafra. era dado como morto, mas ikenna conta que foi para suécia. a ausência do amigo ikenna okoro pode representar para o professor james uma lacuna em sua própria história e identidade. a ausência de ikenna não é apenas a falta de um amigo, mas simboliza também a perda de um passado que foi devastado pela guerra, pelas mortes e pelas mudanças irreversíveis. a memória de ikenna pode estar associada a um tempo mais estável e promissor, antes da guerra transformar tudo em ruínas. assim, a ausência dele -- o professo ikenna -- funciona como um lembrete silencioso do que foi perdido: amigos, fa...

precisamos nos defender

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                                                                   [ dahmer ] são muias as notícias e informações trágicas: pessoas que matam outras por ciúme, dívida, as urgências climáticas, o fascismo em alta, racismo, a ganância, desmatamento...  precisamos nos defender. num passado não muito distante, grupos da chamada esquerda ideológica pregavam um estado diferente, com distribuição melhor da renda e reforma agrária. hoje, a situação piorou demais, tanto que a chamada esquerda se ocupa agora em defender esse estado que está aí, ou seja: eleição; educação; saúde pública e a não privatização de serviços como luz e água. o básico.  precisamos nos defender.  um caminho é o exercício da argumentação. a leitura. a arte, a ciência, o esporte. compartilhar saídas para esse caos ultra conservador -- filho ...

voto - narcisa amália - comentário

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          VOTO                      À MINHA MÃE        Ide ao menos de amor meus pobres cantos   No dia festival em que ela chora,   Com ela suspirar nos doces prantos!                         Álvares de Azevedo   A viração que brinca docemente No leque das palmeiras, Traga à tu'alma inspirações sagradas, Delícias feiticeiras. A flor gazil que expande-se contente Na gleba matizada, Inveja-te a tranquila e leda vida Dos filhos sempre amada. Só teus olhos rorejem délio pranto De mística ternura; Como silfos de luz cerquem-te gozos, Enlace-te a ventura! Os filhos todos submissos junquem De rosas tua estrada: E curvem-se os espinhos sob os passos Da Mãe idolatrada! Tais são as orações que aos céus envia A tua pobre filha: E Deus acolhe o incenso, embora emane De br...

aflita - narcisa amália - comentário

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      AFLITA   Per lui solo affido sull' ali dei venti Il suon lusinghiero di garruli accentil Deh riedi, deh riedi... mi stringi al tuo cor E giorni beati vivremo d'amor!             Il Guarany   Desde a hora fatal em que partiste, Turbou-se para mim o azul do céu! Velei-me na mantilha da tristeza, Como Safo na espuma do escarcéu! Até então o arcanjo da procela Não enlutara o lago das quimeras, Onde minh'alma, garça langorosa, Brincava à luz de etéreas primaveras. Mas um dia atraindo ao vasto peito Minha pálida fronte de criança, Murmuraste tremendo: "Parto em breve: Mas não te aflijas, voltarei, descansa!" Ai! Que epopeia túrgida de lágrimas Na comoção daquela despedida! Eu soluçava envolta em véu de prantos: "Quando voltares, já serei sem vida!" Desde então, comprimindo atrás angústias, Vou te esperar à beira do caminho; Voltam cantando ao sol as andorinhas, Só tu não volves ...

nebulosas - livro de narcisa amália - comentário

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  narcisa amália de campos (1852-1924) nasceu em são joão da barra , rio de janeiro e faleceu na cidade do rio de janeiro " nebulosas ": poesias românticas com algum teor crítico. isso a aproxima do que fez castro alves , na mesma época, ou seja, na segunda metade do século 19. o livro de narcisa é de 1872.  o livro apresenta três partes: a primeira com um poema apenas, " nebulosas "; a segunda com 27 poemas e a terceira, 16 poemas. o texto que abre esta última parte é justamente "castro alves". no geral, o que chama atenção do leitor, hoje, é o excesso de termos raros, uma escolha lexical que pode cansar o leitor apressado, dificultando a interpretação, num primeiro momento. é preciso estar sempre próximo a um dicionário. no conjunto, a obra "nebulosas" é de lirismo denso, místico, lavado de cristianismo e melancolias.  a natureza é constantemente citada como cúmplice das emoções, em muitos poemas. o livro  "nebulosas" também traz at...

opúsculo humanitário - nísia floresta brasileira augusta

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                          dionísia pinto lisboa  - -  nome oficial       nísia floresta brasileira augusta  - -  pseudônimo - "floresta" faz referência ao sítio onde nasceu (rio g do norte) - "augusta" é o nome do marido falecido, "augusto" filha do português dionísio pinto lisboa e da brasileira antônia clara freire, dionísia nasceu no rio grande do norte, em 1810. morreu na frança, em 1885.  no início de " opúsculo humanitário ", nísia expõe o modo como mulheres foram tratadas em épocas distantes, como na grécia, pérsia e egito, por exemplo, antes de cristo. passa pelos pensamentos de platão, sócrates, cita dario, safo, perictione (mãe de platão), aspasia, indo à idade média, chegando até -- mais recente --, a cornelia bororquia. vale explicação: " cornelia bororquia " é nome de um livro anticlerical, do final do século 18, com subtítulo: " a verdadeira história da judith espanho...