QUEIXA-SE O POETA DA PLEBE
IGNORANTE E PERSEGUIDORA DAS VIRTUDES
Que me quer o Brasil que me persegue? 
Que me querem pagastes que me invejam? 
Não veem que os entendidos me cortejam,
E que os nobres é gente que me segue? 
Com seu ódio a canalha que consegue? 
Com sua inveja os néscios que motejam? 
Se quando os néscios por meu mal mourejam 
Fazem os sábios que a meu mal me entregue. 
Isto posto, ignorantes e canalha, 
Se ficam por canalha e ignorantes 
No sol das bestas a roerem a palha: 
E se os Senhores nobres e elegantes 
Não querem que o soneto vá de valha,
Não vá, que tem terríveis consoantes.
. . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   .    .- poeta expõe sua indignação com quem lhe censura
- o alvo é a elite (senhores nobre e elegantes)
notas - - - - - - - - - - - - - - - - -
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
notas - - - - - - - - - - - - - - - - -
néscio
ignorante
canalha
patife; miserável; infame
patife; miserável; infame
mourejar
trabalhar muito; suar
consoante
harmonioso; afinado; ajustado; rima
motejar
grecejar; escarnecer; sugerir motes
para desenvolver poemas
vá de valha
o soneto vai além do que está registrado
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

 
 
 
 
 
 
 
.jpg)