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quarta-feira, 16 de julho de 2025

se esta rua fosse minha

 



no poema "evocação de recife", do pernambucano manuel bandeira, lemos que uma das preocupações do poeta é com a possível mudança no nome de uma rua, como a do "sol" para, possivelmente, "dr. fulano de tal".
uma das ruas mais movimentadas da cidade de são paulo (e talvez a maior, em extensão), chama-se "alcântara machado", apenas conhecida pelo apelido : radial leste. alcântara, para quem não sabe, foi contemporâneo de bandeira, lá pelos anos 1920 e 1930, escreveu, dentre outros, "brás, bexiga e barra funda", crônicas divertidas que ele mesmo quis chamar de "notícias", cujo tema é a imigração italiana.
dar nome a ruas, avenidas ou praças não é tarefa difícil. gente importante não falta. o estádio do são paulo futebol clube é o "cícero", mas todo mundo conhece por morumbi. ou, hoje, com nome de chocolatinho.
o maracanã, no rio maravilha, tem nome : mário filho (irmão de nélson rodrigues), por acaso, escritor também, como alcântara. engraçado, nome de estádio batizado no meio literário. futebol e poesia sempre deram samba.
sócrates (1954-2011), destaque do corínthians e da seleção brasileira, não tem homanagem marcante em ribeirão preto, no estádio em que se projetou, o "santa cruz", que é do botafogo. por outro lado, médico por formação, não seria de todo mal que alguma rua se chamasse  não "dr. fulano de tal", mas dr. sócrates.


terça-feira, 1 de outubro de 2024

brasil de seis

 


os anos do calendário que terminam com seis são especiais, com oito letras. "especiais" tem oito letras, é o que quis dizer. mas seis é outra coisa. outra esfera -- que tem seis letras. seis galinhas pode ser muito, num jantar romântico, mas numa granja é pouco. 
o número seis é bacana porque meu primeiro nome tem seis letras. não sei o seu, mas o meu tem e deve significar muito. ter "seis" no nome combina com "viagem", seis letras... paraty tem seis, claro. em 1976 sonhava-se com abertura política, mas teve aquela explosão do riocentro. meu botafogo, lá de ribeirão preto, ganhava jogo atrás de outro, com sócrates, zé mário, mineiro, wilson campos, nei e tantos outros. os palmeirenses, em abril de 2006 ficaram tristes porque o time verde tomou seis gols do desconhecido figueirense, que não tem seis letras, nem aqui, nem na china, com cinco. aliás, em 1966 perdemos a copa do mundo, eu sei. em 1986 foi outra derrota, desta vez contra a frança, de cinco letras. 

em 1936 sofríamos com getúlio. muita gente sofria: graciliano, paulo emílio, prestes... e muito zé galinha continuava vendendo verdura na rua ou sabonete araxá, no mercado, sem saber das dores dos outros. alguns zé galinhas gravaram disco, fundaram igrejas... enfim... olhem, em 1956 havia presidente novo, o tal jk. era uma esperança, por ser mineiro.

2016, olimpíadas, com dez letras. o mascote foi uma dupla: tom e vinícius, tudo somado dá onze, não seis. por isso, não ganhamos o primeiro lugar. mas também em 2016, juan manuel santo recebeu nobel da paz. manuel tem seis letras. 

diz uma lei que cada casa só pode criar três galinhas e cinco pintos de quarenta dias. é muito número. nada do seis. quem fiscaliza os pintos? quem garante que tal pinto tem trinta ou quarenta dias? com seis galinhas a previsão é de mais de cento quarenta ovos ao mês. cento e quarenta. talvez cento e cinquenta dependendo da ansiedade de uma ou outra galinha.

em 2006, eleições coerentes. inácio tem seis letras, geraldo não. mas isso é outra história.


sexta-feira, 14 de junho de 2024

mão na cabeça, freud!

 


dizem que terapia é exercício para cérebro, mas nos últimos tempos tem sido mais que isso. pra começar, não caio na armadilha do "corpo e alma", como se uma coisa existisse por si só, separada dessa outra (anima) sem forma nem definição. fim da idade média. o humano, desde aristóteles, é animal racional e, aí, já entramos noutro problema com palavras. por que só ele o racional? uma coruja elabora seu trajeto até o ninho, depois até a presa, prepara seu vôo, ataca, enfim, está usando algum tipo de lógica, seu insitinto, digamos, racional. qualquer bicho articulado (com exceção do macunaíma) elabora, pensa e age de acordo com seu meio também, mesmo que seja para mudá-lo, como os castores e os humanos. pensar não dói.

olhem, tanto lou marinoff quanto marc sautet  defendem o bem-estar do homem pela fiolosofia. se ainda não conhece, deveria ler "mais paltão, menos prozac", do primeiro, e "um café para sócrates", do segundo.

 

sábado, 9 de dezembro de 2017

nem tudo está perdido - "um café para sócrates"





marc sautet, já falecido, produziu uma das pérolas da leitura, no século 20.
terapia pela filosofia.
desde quando palestrava, nos domingos, no café de phares, paris, até a publicação do livro, sautet viu crescer o reino da chamada literatura de auto-ajuda. não vejo nada disso em "um café para sócrates". aliás, antes dele, robert johnson lançou a trilogia "he", "she" e "we" - de que pretendo falar em breve - cujo tema é o relacionamento humano. "he" tem como base prometeu. é a masculinidade em questão. "she" trata de psique, aquela mesma que fez ricochetear a seta do amor de eros... toda ela uma alegoria só da construção de uma figura que poderia existir para satisfazer homens. mitos, aliás, têm como premissa a origem no pensamento humano... mais exatamente o masculino.
voltando ao "café...", é uma leitura interessante, linguagem simples e muitas surpresas quanto a encontrar soluções para dilemas individuais vale a pena.
enfim, quer saber mais sobre o livro?

assista-me!



destaques

as meninas - lygia f telles

  "as meninas" 1973  lygia f telles polifonia, discurso indireto livre, prosa poética, narrativa mais lenta que honda civic a álco...

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